O Sentido do Escritor no Caminho da Globalização

     Ao pensar na questão do Sentido do Escritor no Caminho da Globalização, surgiu-me à memória o poeta Miguel Torga quando
 
 no seu Diário XII, escreve o seguinte:

 

      “A vida não tem sentido...

      Ela, em si, não...respondi.

     Mas tem o sentido que lhe damos.

     Tem a nossa riqueza, o nosso entusiasmo, o nosso orgulho...

     Ou a nossa covardia.”

 

     Será uma dádiva generosa que na evocação destes juízos surja o propósito para nos situarmos na questão do Sentido da Vida em toda a sua dimensão, focando com humildade a nossa existência e desejando que se abra no silêncio e na inquietação destas palavras o deslumbramento, sempre tão necessário, para o êxito de qualquer mensagem.

 

     Todos sabemos que o captar da atenção de quem se propõe a ouvir ou a ler a palavra, não poderá ser condicional, nem se poderá determinar a sua vontade nem determinar a sua inspiração. Será pela verdade e pela motivação que a apoia, que se poderá levar o recetor a alcançar as formas do pensamento, a começar pelas imagens para seguir depois até à perceção das ideias, mas sempre num exercício voluntário de adesão ao sentimento comum que se vai supondo nas palavras e na ideia inspiradora que se espera alcançar no verbo.

 

     Ao tomarmos consciência do processo da globalização e das suas consequências, julgamos haver uma grande necessidade de, nesta fase que tende para a mundialização, advertir para a importância que terá para a nossa estrutura social e cultural, cuidarmos da possibilidade e da liberdade do Sentido do Escritor no Caminho da Globalização na diversidade de estilos ou na riqueza de géneros.

 

     Cuidar para garantir a possibilidade de alcançarmos um Sentido que não seja só o que lhe damos, quando em relação à vida, mas também aquele que devemos dar em relação a outros aspetos, sobretudo àqueles que esperamos, que, por via de razão, venham a ter na globalização do Mundo em qualquer plano da nossa existência.

 

     Desde logo, fazer com que o sentido do escritor possa continuar a manter-se com o lado da presença real e o lado da evasão transcendental. Que este possa continuar a manter-se universal e profundo, para que nos possa levar, se necessário, da abundância das riquezas e loucuras dos homens à rareza e loucura de Deus.

 

     Sabemos que temos sido testemunhas desta vontade e ela nos tem guiado como povo. Que temos sido intérpretes de um sentimento que se localiza aqui e em qualquer lugar onde a nossa língua é mensageira: um sentimento de saudade pela distância que nos separa do ser Portugal, mas que a todo o custo vai caminhando para a tangência e para o cumprimento dessa composição que há muito se vai tornando cada vez mais perfeita, mais próxima e mais sublime. Ao sermos adeptos exímios de uma unidade e razão, temos espalhado e partilhado os valores da comunidade Lusíada por todo o Mundo, de um modo livre e fraterno sem nunca ficarmos amarrados a qualquer fixação ad æternum.

 

     Temos procurado um sentido universalista para o cumprimento da nossa razão. Temo-nos aventurado no interminável e antecipado a História para fazermos como povo a história de que nos haveremos de orgulhar enquanto cidadãos do mundo. E na interminável discussão pela descoberta do cumprir-se Portugal, temos tido sempre presente a dimensão mais perfeita da vida humana, a dimensão existencial, interior e literária; a dimensão artística que, em versos e prosas e nas artes do belo canto, a experiência já imortalizou e um novo sentido se fez no Mundo. Todos sabemos que os escritores vão dando sentido à História, mas não se sentirão felizes fora destes valores; eles são a expressão e pensamento, são uma imagem viva que poderemos ver refletida na nossa alma e sentirmos que não podem ser posse de ninguém nem ser forma definida e fechada.

 

     Aliás, este sentimento encontra-se retratado “Na Fénix Renascida ou obras poéticas portuguesas”, recolhido num Dicionário de Literatura, da responsabilidade do Professor Jacinto Prado Coelho, publicado pela Editorial Figueirinhas e onde se chama à atenção nos cinco volumes dos cancioneiros seiscentistas, publicação de Matias Pereira da Silva, para o pensamento literário dos séculos XVII e XVIII que “reflete uma dominância humana entre o épico e o mítico com expressão dos segredos ardentes e da arte da beleza dos cambiantes da vida, mas também reflete o sentido revolucionário da dialética das mudanças nas composições e na ordem social”.

 

     Houve até autores nos séculos XIX e XX, porventura de cunho mais filosófico, que não ficaram situados em nenhuma corrente de pensamento, que não partiram de respostas ou soluções, mas da situação interrogante do homem português religioso e prático, vivendo a História em rotina e aventura, em saudade ambígua de desterro e lirismo melancólico de solidão. Foram exemplos deste esforço de aventura e rompimento com as amarras dos sistemas Pedro Amorim Viana, Lopes Praça, Antero de Quental, Sampaio Bruno, Leonardo Coimbra e, de um modo especial, Oliveira Martins, que chamava a atenção dizendo que até "a própria terra deveria fazer refletir todos aqueles que vaidosamente pregam a teoria de um progresso constante e sem limite".

 

     Situando a análise em juízo, poderemos afirmar que nunca fomos “tontos” na compreensão do sentido da civilização universal. Já que temos vindo a ser antecipadores de um pensamento moderno e integrado, porventura sendo muito críticos e interrogativos na seleção dos hinos do progresso. Mas, se alguma coisa houve de desvantagem nas nossas lições da história, também muito de notável fizeram as nossas obras, já que na expansão portuguesa demos novos sentidos ao Mundo.

 

     Ainda a propósito da ação universal do Escritor, gostaria de citar de Vergílio Ferreira, o seguinte: "Quanta coisa aprendi e sei que está aí à minha disposição quando dela preciso. Mas esta simples verdade de que eu estou vivo, me habito em evidência, me sinto como um absoluto divino, esta certeza fulgurante de que ilumino o mundo, de que há uma força que me vem de dentro, me implanta na vida necessariamente, estabilização de mim a mim próprio que me não deixa ver os meus olhos pensar o meu pensamento porque ela é esses meus olhos e esse meu pensamento".

 

     A partir da conjugação na Verdade da citação, parece-nos possível melhorar o propósito, induzindo, para o efeito, uma projeção do Criacionismo de Leonardo Coimbra, que no conhecimento evidenciava ser o facto da ação mais do que o facto psicológico do tempo, que a liberdade era uma geração espontânea do sentido universal e, sobre o sentido Lusíada, dizia ser um sentido representativo mais do que um sentido determinado e rígido.

 

     Será esta evidência de um sentido livre, representativo e universal que desejamos que na globalização ou Universalização ganhe vínculos de aceitação e universalismo, vínculos de integração cultural e de edificação de pensamentos humanistas, ganhe a força de princípios para o acolhimento da grandeza e fascínio do universo, com certeza do desejo pela aventura cultural e pela admiração de outros povos, mas de outro tanto, pelo nosso povo e pelo desejo de nos restaurarmos sempre a partir de nós próprios e de cada situação em que vamos vivendo.

 

     Deve também relevar-se, como necessário, aquele aspeto que reclama com o mesmo vigor este desejo de singularidade na complexidade global, que fará o significado do valor das identidades culturais e da intimidade estética dos valores de cada obra.

 

     Trata-se sem dúvida da questão do valor das raízes, que poderemos perceber melhor com a ajuda do pensamento do escritor asiático Georges Séféris, um escritor de consciência europeia, cujo pensamento esteve em exposição na biblioteca de Vila Nova de Gaia em 1998 e que dizia o seguinte: “Ninguém se fecha sobre si mesmo com medo de perder a sua originalidade, porque esta constitui a sua força e acredita nela.”

 

     Todos estaremos de acordo com o escritor Georges Séféris, pois a originalidade é uma matriz complexa que se enche de muitos elementos espirituais, físicos e locais. As imagens que retemos nas nossas lembranças são físicas no tempo e no espaço, situam-se na memória entre a semelhança e a igualdade. São as formas que melhor nos guiam, mesmo que não sejam muito nobres e agradáveis; pois elas tornam-se nas formas que dão vida ao turbilhão dos nossos pensamentos. Será porventura este sentimento que se poderá constatar em Vergílio Ferreira, que na obra Aparição, pensa uma matriz cheia de elementos espirituais a evoluir para uma síntese radical sobre a face última das coisas e a glorificação da sua origem.

 

     Deste escólio, nota-se existir uma emergência nas palavras sem a nostalgia da fixidez mental, porque é essa a vontade do escritor ao intervir no silêncio para dirigir os pensamentos a uma elevação quase mística, até aos limites possíveis da sua escrita e aos domínios territoriais do seu texto, que se pretende seja uma obra para cada leitor que a abrirá com a mente e com a proximidade de experiências e culturas. Mais do que um texto e uma obra, a sua escrita é uma mensagem que se decifra numa plenitude de partes que tocam os intérpretes e descodificam as civilizações. Sabemos que um local literário não é igual a um local físico, é sempre mais belo, porque é visto pela arte, e pode sê-lo ainda mais, porque tenderá para uma globalidade estética. Os locais, os rostos, os sentimentos são os elementos mais fascinantes dos segredos da comunicação humana.

 

     O mundo da globalização não pode retirar a força natural destas origens a comunicar ao outro; é a esses elementos que o escritor se agarra, é neles que se abre para a narração criando de si próprio os sinais com que marcará a vida e a memória que, depois do texto, já não serão apenas para ditar, mas também para conversar e propor que sejam universais, globalizantes, incondicionados e se estendam por todo o mundo onde haja o pensamento. É nele que vai deixando leves sinais nos caminhos do pensamento infinitos e únicos. E nesta transposição lembremos de novo as palavras de Vergílio Ferreira: "Sento-me aqui nesta sala vazia e relembro. Uma lua quente de Verão entra pela varanda, ilumina uma jarra de flores sobre a mesa. Olho essa jarra, essas flores e escuto o indício de um rumor de vida, o sinal obscuro de uma memória de origens. Tento há quantos anos, vencer a dureza dos dias, das ideias solidificadas, a espessura dos hábitos, que me constrange e tranquiliza. Tento descobrir a face última das coisas e ler aí a minha verdade perfeita... A minha presença de mim a mim próprio e a tudo o que me cerca é de dentro de mim que a sei não do olhar dos outros."

 

     Depois desta proposta de recordação e de desejo de uma Aparição permanente e desconhecida, será oportuno refletirmos no pensar como a força do viver com sentido e para uma finalidade que será formal sem que o sentido tenha que ser linear, circular, retangular. Porventura um sentido de dimensão angular, pois será, com certeza, a melhor forma de a obra escrita realizar a sua vocação de ser uma promessa com matriz para os planos possíveis. Aliás, todos sabemos que a fonte inspiradora de qualquer obra literária, plástica ou musical não é irreal, não parte do nada. No entanto, se não existir um sentido referencial na globalização de cada pensamento e se cairmos mundialmente no sentido determinativo que começa a fechar as identidades, a desconstruir as origens e a gerar sistemas formais e de base técnico-económica, que problemas não poderão advir daí?!...

 

     Desde logo, como resolver o problema da criatividade e do sonho, que são a fonte de qualquer obra como promessa com matriz? Como resolver o problema do pensamento como potência globalizante, com apetência para atingir todos, mas conservando o emergir da sua referência singular e intransmissível? Quem escreve, pensa ou produz, fá-lo com a consciência da sua autonomia e do lugar do ser que habita, do qual fará uma possível morada para visitação e encontro das almas, que temporariamente com ele comungam quando o leem ou quando o interpretam e glosam!

 

     Um texto não potenciará outro texto, porque num sentido determinativo a finalidade lhe será cortada, a finalidade de ser um fim para uma promessa incondicional, ao passar a tornar-se num objeto de uso condicionado pelo sistema que o autoriza, a promessa deixará de ser sonho para ser poder e dominação. As obras tornar-se-ão de todos para todos, mas sem se conhecer ninguém por não se identificar o seu espírito nem se almejar promessa alguma, nem sonho, nem glorificação, nem História; a Ocidente nada de novo e a Oriente tudo será igual.

 

     Aproveito para sustentar esta ideia algo dramática com os contributos de Paul Ricoeur na interpretação do Símbolo da Metáfora e da Ação. O autor diz ter sido sua preocupação "pensar o ser em termos de ato, de ação, de agir, de sofrer; a questão do voluntário e do involuntário no homem".

 

     O primeiro problema que toma como questão refere-se à linguagem do duplo sentido: o sentido de referência (a palavra na sua origem) e o sentido simbólico (a palavra como morada do ser); a linguagem implica sentido e o símbolo implica leitura; a linguagem da obra artística aponta para fenómenos simbólicos onde as analogias ganham um valor superior. A linguagem tecnológica levará os pensamentos para formulários racionais onde a informação se oporá à comunicação expressiva dos pensamentos que se compõem nas aberturas do ser do escritor, que é mais consciência pura do que existência programada.

 

     Um segundo problema que Paul Ricoeur levanta é a questão da caminhada do homem para a compreensão de si próprio. Diz este autor que a compreensão das expressões simbólicas e das narrativas é fundamental para o conhecimento do homem sobre si próprio. É a hermenêutica (no estudo das expressões simbólicas e das narrativas) que, em conjunto com a reflexão do sujeito, permite que este deixe de ser consciência imediata, ser pensante para poder apropriar-se de si através da interpretação das suas obras (atos, objetos e textos).

 

     Estes dois problemas fazem-nos admitir a hipótese de que o pensamento como potência globalizante e a obra como uma promessa com matriz possam perder a sua força natural, pois se a linguagem, como base do pensamento, passar a ser técnica por ser determinada, deixará de haver distanciamento do sujeito de si mesmo, não se abrirá ao outro e não se abrirá a si na redescoberta dos textos que escreve; a mediação destes perderá no valor semântico e o Homem inevitavelmente não caminhará ao encontro de si mesmo. Assim, poder-se-á dizer, com amargura, que o Escritor nada mais prometerá porque ficará totalmente condicionado e a promessa de uma aventura no sonho, no desconhecido, no absoluto não existirão porque deixarão de ser possíveis no reino das possibilidades e dos fins em que o homem se deverá tornar no que é: Homem e Pessoa.

 

     Termino esta comunicação com uma referência à globalização, que deverá ser como esforço desejável, mas não determinado em nenhum limite. Este desígnio poderá ser ainda um juízo de reflexão não conclusivo, mas a tese construtora desta ideia resulta da visão do perigo que se vai sentindo na intercessão factual das realidades hegemónicas ditadas pelos poderes financeiro e político que não param de caminhar para a Globalização ou Mundialização Planetária. Por isso, deverá ser nossa pretensão que o sentido que deverá ter a Globalização deverá ser como esforço desejável e possível na liberdade não determinada. Assim, comecemos por defender o valor da vida como tendo, antes de mais, um sentido natural, mesmo numa diversidade de símbolos, entre os quais, o do escritor, desde logo, pela expressão em que se orienta.

 

     Depois, será bom afirmar que a ideia de Globalização que deverá defender-se no papel de escritor deverá ter um sentido que não poderá deixar de fazer-se por dentro e a partir de cada parte que a constitui; porventura um sentido angular que implicará diversas perspetivas com referência implícita e dirigida a uma unidade que se admitirá, por dentro, como algo definido e se pensará por fora como uma dinâmica crescente, infinita e indefinida. Será a ideia de esforço desejável para atingir essa dinâmica numa ordem livre e indeterminável.

 

     O escritor continuará a ter uma responsabilidade na ação e buscará um sentido para a sua caminhada. Como escritores, devemos ser trabalhadores e intérpretes no papel que cabe aos construtores da vida que esperam de nós ideais, imagens, pensamentos, uma força de ação comunicada que lhes permita enredos, paisagens, planos, cantarias, que a natureza deixa arrancar na convivência da nossa paixão, mas com a certeza de que esta dor será depois o bálsamo do alívio perfeito que os olhos verão e os pensamentos farão a sua glória.

 

     Na atual ideia de globalização, correm as vontades do poder para um sentir que tudo é global; todos os problemas são globais, todos os acontecimentos são globais e, por isso, têm de ser tratados de forma global, se pensarmos no papel das comunidades, no papel das civilizações e no papel dos construtores da vida, se trabalharmos com mais determinação nas redes tecnológicas, formação e educação e se fizermos a abstração destas referências de base, de valores e de identidades com centro na consciência de que cabe a todos os povos uma parte das aflições do mundo e da sua correção. Então, como escritores ou simplesmente como pessoas, poderemos fazer mais através de qualquer ato de comunicação oportuna ou intempestiva ou ato de comportamento moral com vista à correção dos problemas e à elevação da Humanidade. Poderemos fazer mais do que condicionados por qualquer estrutura do poder global que determinará inevitavelmente a nossa liberdade individual e comunitária, uma vez que aquilo que se escreve ou se fala pode fortalecer o país, as suas gentes ou deslocá-las e retirar-lhes o sentido da sua própria história e a vontade de se encontrarem a si mesmos.

 

     A propósito, cito uma história de amor noticiada no jornal Público, em 6 de maio de 2001, utilizada num manual escolar das edições ASA e que serve de exemplo para o problema de reflexão nas aulas de Filosofia sobre a ideia de autonomia, e que diz o seguinte:

 

     "Eu seguia sempre a opinião da minha mãe e do meu pai…  Mais tarde, o professor do liceu era francamente inteligente. Eu pensava sempre como ele.

     Mais recentemente era o meu patrão que até escrevia para os jornais.... Dizia-me sempre o que eu devia fazer e dizer...

     Mas agora, o patrão morreu... O professor já está muito velhinho...

     Eu gostava de saber se vê algum inconveniente em que… em que… eu comece a pensar pela sua cabeça...?"

 

     Caros leitores e amigos, ao propor-vos um sentido na globalização, como esforço desejável, mas não determinado em nenhum limite, é com a ideia de que o jogo da vida só pode ser jogado se os seus intérpretes se sentirem verdadeiramente livres e se puderem ser originais e autónomos, mesmo na antítese entre seres humanos e em qualquer situação, mesmo naquelas em que existe um conflito latente. Manoel de Oliveira, no seu filme "Viagem ao princípio do mundo" diz, num apontamento breve a um jornalista do "Notícias" que "existe um latente conflito entre o feminino e o masculino" e que "A sábia natureza assim deixou as coisas, certamente para quebrar a monotonia, geradora de tédio, e para espevitar as relações entre os dois sexos". “Aos restos, caso porventura haja ‘restos’, poderemos chamar amor.”

 

     Como vemos, é também o jogo da tese e da antítese que dão lugar à síntese como superação e movimento gerador. É esta visão de uma objetiva fatigada que no alude para a perversidade dos seres humanos, mas também para o seu amor como a razão que limpa, cura e transforma qualquer pessoa numa força irresistível. O sentido que desejo no Caminho da Globalização terá que ter estas razões e permitir estes sentimentos, por isso é que o intitulei, de modo referencial, como “O Sentido do Escritor no Caminho da Globalização”, porque acredito que nada pode diminuir os nossos feitos, mas em certas condições, se não nos mantivermos assertivos, eles poderão ser apagados. Termino com a convicção de que tudo fiz para me tornar compreensível em relação ao desejo que me proponho simbolizar por esta comunicação; gostava muito que todos partilhássemos desta vontade e nos tornássemos numa das forças da força que a tornará possível.

 

     Comecei o meu trabalho com um poema e vou terminá-lo com uma conta da vida. Pedia a todos o máximo de atenção na sua leitura para que a possam compreender, resolver e atingir o seu alcance.

 

     Então, a globalização para todos e, em especial, para o escritor, poderá ser semelhante a uma conta, em que se acrescentará um ao dividendo, o divisor terá a igualdade o quociente será rigoroso e o resto tornar-se-á na força a acrescentar e a tornar eterna a classe do dividendo. Uma conta com um sentido na globalização, uma resolução de esforço, uma potência objetivamente possível e uma prova para o caminho pleno de Humanidade.

Macedo Teixeira