O Verão do Nosso Contentamento

21.06.2022

     São várias as formas do Tempo; a forma do dia ou do mês; da Estação do ano, da tarde, da manhã ou da noite; são várias as formas que dão forma a uma certa ordem da Vida e do Universo.

     Estamos quase no verão, uma estação do ano que é bastante desejada e bastante vivida pela maior parte das pessoas do nosso querido país e do mundo; uma estação que traz um pouco mais de calor para animar os corpos e despertá-los para uma certa parte da vida e das festas da vida.

     Uma Estação que perde um pouco da sua elegância para permitir elegância ao homem e à mulher; uma elegância mais subtil e partilhada pela liberdade de opções nos diferentes planos do Tempo da estação e de cada um dos seus dias.

     Dos dias porque, com a exceção dos que não podem ou não querem, podemos andar mais à vontade, mais frescos e com diversidades de objetos de adornos, roupas e cores; as senhoras a despontar com os vestidos elegantes nas cores e nas formas, e em jeito de moda, a combinar as emoções físicas com as emoções da beleza das cores e dos modelos.

     O verão traz consigo o maior período de férias; o tempo de mais liberdade para vestir, dormir e comer; o tempo de que o homem e a mulher dispõem de um modo mais familiar e mais voluntário.

     Cada família reúne-se de uma maneira diferente e a Sociedade funde-se em espaço de convívio e de lazer; cada plano do dia é vivido numa sequência de desejos e prazeres que têm em conta a participação do corpo do grupo e de cada um dos seus membros.

     É preciso voltar de novo a ter forças para o ano de trabalho seguinte; é preciso ganhar vontade para enfrentar outros obstáculos que irão surgir e, quem sabe, se mais complicados que no ano que agora gozamos?!

     O verão traz consigo uma Estação que permite o convívio em modos e maneiras mais semelhantes: a praia, a piscina ou o campo; espaços físicos para a reunião da comunidade com motivações diferentes, mas com objetivos semelhantes; libertar-se da fadiga, fazer amizades e viver a vida, festejando-a com elegância na diversão.

     Nesta ocasião mais especial, até os planos do dia nos parecem ajudar a despertar para acontecimentos mais propícios a cada uma das ocasiões: entre a expectativa, talvez de manhã e também durante a tarde, para a resolução das tarefas ou vivências do lazer e do recreio (para quem está de férias), ao pôr do Sol, pela delícia de uma bebida ou um gelado; um pouco de “cavaqueira”; e não muito raras vezes, surgem à noite (as festas, os encontros sociais, a reunião de família, a convivência no caminhar em grupo a pé pela marginal, ou entrar numa esplanada para beber uma bebida fresca ou mordiscar um gelado, como quem saboreia uma delícia); atos que podem ser semelhantes em todas as estações do ano, mas que nesta a que chamamos Verão parecem ter outro sabor!

     E o que é certo, é que todos partilhamos desta divisão aparentemente sucessiva, e de um modo ou de outro, desfrutamos das suas evidências; reconhecendo na transcendência, que umas vezes é Deus que mais precisa do Mundo, e outras vezes é o Homem que dele mais partilha e nele parece disfrutar melhor de um maior consolo.

     Sejam, então, a beleza e o mistério da Vida, as sementes das nossas esperanças, num futuro para os nossos sonhos que ainda almejamos realizar, pois ao que parece, as realidades das estações do ano parecem antecipadamente quererem falar por si.

     Os pescadores sabem na experiência qual é o seu presente, os agricultores sabem qual o seu passado e formulam votos em cada futuro presente para que seja promissor entre o plantar das sementes até ao colher dos frutos, e todos nós, também desejamos esperançadamente saber, quais os nossos sonhos vindouros, como vivê-los em cada estação do ano, admitindo e sonhando entre o esplendor de um tempo cada mais leve e mais liberto, para os poderemos viver ainda melhor, em cada verão do nosso contentamento.

 

Macedo Teixeira