Quando a Virtude é Circunstancial / When Virtue Is Circumstantial

02-11-2015 22:08

When Virtue Is Circumstantial!...

Macedo Teixeira

Virtue will be an illusion, if the justice that informs it and gives it content does not consubstantiate in the path of freedom.
In the course covered by each one, one feels the joy and the enthusiasm when this course conveys a coordinated direction and emanates from Freedom, which distinguishes him or her on the road of life and aids him or her in any state of solitude. Besides, it is on this strength that resides all human action, even if the covered directions are diverse and different the ways of coordination of courses.

It is by this coordinated and responsible direction that one can avoid the meshes of personal contradiction and of social suffering. It is by this coordination that one may break with the circumstantial, as a reason to all of our mistakes and source of all evil. If man is with his circumstances (causes that condition his behavior), man should live by the perfect resolution of those causes, but not by accommodation to the same.

In fact, if our economic conditions forward us to a thought of wishes of very or little valuable goods, those same conditions do not condition never on the limit our happiness, they may help this to be expressive, without nevertheless with that we can have much but not be happy.

When virtue is circumstantial, happiness has no place; if we love a woman only by the virtue of being beautiful, then virtue is not in she being perfect, but only in what is perfect; nobody can be happy only by the beauty of the shop window. When virtue is circumstantial to the time we live in, as it is the case of nowadays, everything seems to be licit and, if someone embarrasses general opinion, he or she is subject to situations of discredit and depreciation in his or her opinions. It is the great “families” who install themselves in the political, economic and religious circumstances; they create divisions in social humanity and states of solitude in those who do not agree with these new forms of dictatorship.

We live nowadays by the exaggeration of separation of our individuality by the forced fusion in the collective self; we neglect our reference and support point which resides on the center of personal decisions; we denuclearize family, the State and production sectors: in the name of a pseudo-opening, to one head, one decision (a lot of times, only contrary). We avoid, more and more, by shame of the words, the axiological ideal that leavens in each man: showing ourselves moralists in our thoughts, so that we have friends at the café or in theater halls. Between the hug and the kiss there is no more the singularity of time that filled and embellished the practical ideal, of who loved with responsibility. Even woman, save due exceptions, has become an integrant part in this process; besides, it is her fault not to understand that she progressively substitutes a structuration possessively imposed by man, by an unconscious “euphoria” of desires, of both, that spread images of disinterest in the future of the family, which, as we know, it is only possible by marriage and consequent responsibility.

We are all guilty, and this order of reasons cannot continue, liberty without coordination and responsibility does not allow happiness, and this is a being-on-the-way, but it is imperative for us to be aware of that being, having as a center of attitudes, not the trivial possession of wishes and wills, but the responsibility and dialog open to all, even if they are not of our party or of our religion.

It is not possible a standardized socialization as some manufacturing system, nor an automatic assimilation: in which nothing is discussed, as long as the majority is in agree; in which nothing seems to be wrong, as long as it is modern.

To advocate in circumstances is to renounce to the creative force which is in us; it is to ignore our universalist ethical calling and to lose respect, which is our touchstone.

 

 

Quando a Virtude é Circunstancial!...

Macedo Teixeira

    A virtude será uma ilusão, se a justiça que a informa e lhe dá conteúdo não se consubstanciar no caminho da liberdade.

    No trajeto percorrido por cada um, sente-se a alegria e o entusiasmo quando este trajeto veicula uma direção coordenada e emana da Liberdade, que o distingue na estrada da vida e o socorre em qualquer estado de solidão. Aliás, é nesta força que reside toda a ação humana, mesmo que sejam diversas as direções percorridas e diferentes os modos de coordenação dos trajetos.

    É por esta direção coordenada e responsável que se podem evitar as “malhas” da contradição pessoal e do sofrimento social. É por esta coordenação que se pode romper com o circunstancial, como razão para todos os nossos erros e fonte de todo o mal. Se o homem é com as suas circunstâncias (causas que condicionam o seu comportamento), o homem deve viver pela resolução perfeita dessas causas e não pela acomodação às mesmas.

    De facto, se as nossas condições económicas nos remetem para um pensamento de desejos de bens muito ou pouco valiosos, essas mesmas condições não condicionam nunca no limite a nossa felicidade, poderão ajudar esta a ser expressiva, sem que no entanto com isso possamos ter muito mas não sermos felizes.

    Quando a virtude é circunstancial, a felicidade não tem lugar; se amarmos uma mulher só pela virtude de ser bela, então a virtude não está em ser perfeita, mas só naquilo que é perfeito; ninguém pode ser feliz só pela beleza da montra. Quando a virtude é circunstancial ao tempo em que vivemos, como é o caso dos dias de hoje, tudo parece ser lícito e, se alguém atrapalha a opinião geral, está sujeito a situações de descrédito e desvalor nas suas opiniões. São as grandes “famílias” que se instalam nas circunstâncias políticas, económicas e religiosas; criam divisões na humanidade social e estados de solidão naqueles que não estão de acordo com estas novas formas de ditadura.

    Vivemos na atualidade pelo exagero da separação da nossa individualidade pela fusão forçada no eu coletivo; negligenciamos o ponto de referência e apoio que reside no centro de decisões pessoais; desnuclearizamos a família, o Estado e os setores de produção: em nome de uma pseudoabertura, a uma cabeça, uma decisão (muitas vezes, somente contrária). Evitamos, cada vez mais, por vergonha das palavras, o ideal axiológico que fermenta em cada homem: mostrando-nos moralistas nos pensamentos, para termos amigos no café ou nos corredores do teatro. Entre o abraço e o beijo já não reside a singularidade do tempo que recheava e embelezava o ideal prático, de quem amava com responsabilidade. Até a mulher, salvo as devidas exceções, se tornou parte integrante neste processo; aliás, cabe-lhe a culpa de não perceber que progressivamente substitui uma estruturação possessivamente imposta pelo homem, por uma inconsciente “euforia” de desejos, de ambos, que espalham imagens de desinteresse pelo futuro da família, que, como se sabe, só é possível pelo casamento e consequente responsabilidade.

    Todos somos culpados, e esta ordem de razões não pode continuar, a liberdade sem coordenação e responsabilidade não permite a felicidade, e esta é um estar-a-caminho, mas é imperioso consciencializarmo-nos desse estar, tendo como centro de atitudes, não a posse trivial dos desejos e vontades, mas a responsabilidade e o diálogo aberto a todos, mesmo que não sejam do nosso partido ou da nossa religião.

    Não é possível uma socialização padronizada como qualquer sistema fabril, nem uma assimilação automática: em que nada se discute, desde que a maioria esteja de acordo; em que nada parece mal, desde que seja moderno.

    Advogar nas circunstâncias é renunciar à força criadora que está em nós; é ignorarmos a nossa vocação ética universalista e perdermos o respeito, que é a nossa pedra-de-toque.