As Formas do Tempo

10-07-2015 17:41

As Formas do Tempo

Macedo Teixeira

    São várias as formas do Tempo; a forma do dia ou do mês; da Estação do ano, da tarde, da manhã ou da noite; são várias as formas que dão forma a uma certa ordem da Vida e do Universo.

    Encontramo-nos no verão, uma estação do ano que é bastante desejada e bastante vivida pela maior parte das pessoas do nosso querido país e do mundo; uma estação que traz um pouco mais de calor para animar os corpos e despertá-los para uma certa parte da vida e das festas da vida. Uma Estação que perde um pouco da sua elegância para permitir elegância ao homem e à mulher; uma elegância mais subtil e partilhada pela liberdade de opções nos diferentes planos do Tempo da estação e de cada um dos seus dias. Dos dias porque, com a exceção dos que não podem ou não querem, podemos andar mais à vontade, mais frescos e com diversidades de objetos de adornos, roupas e cores; as senhoras a despontar com os vestidos elegantes nas cores e nas formas, e em jeito de moda, a combinar as emoções físicas com as emoções da beleza das cores e dos modelos.

    O verão traz consigo o maior período de férias; o tempo de mais liberdade para vestir, dormir e comer; o tempo de que o homem e a mulher dispõem de um modo mais familiar e mais voluntário. Cada família reúne-se de uma maneira diferente e a Sociedade funde-se em espaço de convívio e de lazer; cada plano do dia é vivido numa sequência de desejos e prazeres que têm em conta a participação do corpo do grupo e de cada um dos seus membros. É preciso voltar de novo a ter forças para o ano de trabalho seguinte; é preciso ganhar vontade para enfrentar outros obstáculos que irão surgir e, quem sabe, se mais complicados que no ano que agora gozamos? O verão traz consigo uma Estação que permite o convívio em modos e maneiras mais semelhantes: a praia, a piscina ou o campo; espaços físicos para a reunião da comunidade com motivações diferentes, mas com objetivos semelhantes; libertar-se da fadiga, fazer amizades e viver a vida, festejando-a. Até os planos do dia nos ajudam a despertar para acontecimentos inerentes a cada uma das ocasiões: de manhã e de tarde, para a resolução das tarefas ou vivências do lazer e do recreio (para quem está de férias), ao pôr do Sol, pela delícia de uma bebida ou um gelado; um pouco de “cavaqueira”; à noite (as festas, os encontros sociais e culturais, a reunião de família, o caminhar a pé pela marginal); atos que podem ser semelhantes em todas as estações do ano, mas que nesta têm outro sabor. Sabe-se lá porque é que até a divisão do Tempo ganha razões, umas vezes mais humanas, outras vezes mais naturais! O que é certo é que todos partilhamos desta divisão, e de um modo ou de outro desfrutamos das suas evidências; reconhecendo que umas vezes é Deus que mais precisa do Mundo, e outras vezes é o Homem que dele mais partilha.

    Sejam a beleza e o mistério da Vida as sementes das nossas esperanças num futuro dos nossos sonhos, porque as realidades das estações do ano falam por si, e os pescadores sabem qual é o seu presente, os agricultores sabem qual é o seu passado, e todos nós desejamos saber quais os nossos sonhos e como vivê-los em cada estação e de um modo diferente em cada verão.