Quando as Estrelas Acordam (20) / When the Stars Awake (20)
Quando as Estrelas Acordam (20)
Todos sabemos que conquistar desejos e vontades é uma das nossas maiores preocupações e uma das mais empenhadas e sinceras capacidades; não se brinca com os sentimentos nem se gozam as desgraças. Dependemos do bom ou mau uso das capacidades dos sentidos e da nossa interacção e empenhamento na prática da nossa vida, pela nossa necessidade de satisfação pessoal ou pela necessidade de relação com os outros. Somos seres racionais, necessariamente condicionados e, por isso, aspiramos com preocupação a participar do mundo dos outros, a constituir grupos; gostamos da sua estima e da sua admiração, dos seus interesses e dos seus projectos; é, aliás, um modo de evitar-se o sofrimento e viver-se melhor a nossa vida. No entanto, nesta necessidade de interacção social, em certos casos, surgem algumas dificuldades na separação correcta dos aspectos, que são fundamentais nessa interacção e na sadia relação que devemos de manter uns com os outros, ou seja, uma relação social implica que distingamos bem o sentimento do desejo e este da vontade; esta relação deverá ser uma relação em que não percamos o sentido lógico entre o que é natural (sentimento), o que é desejo (motivo ou razão) e vontade (motivação), para que se possa revelar, na dinâmica da relação social, o ser pessoa, em cada um e em todos os elementos do grupo de que somos parte.
Quando as estrelas acordam, surge por meio delas uma luz sinalizadora que irradia no nosso juízo e orienta a nossa alma na ascensão para o bem; surge como uma espécie de célula disciplinadora dos estados sensíveis e da força na formação dos juízos, que voluntariamente se encarrega da distinção correcta de cada um dos aspectos dos nossos sentidos e da nossa razão. Neste estado de crescimento da consciência, já não nos deixamos confundir mutuamente sobre o que sentimos na espontaneidade de cada um e no que racionalizamos como resultado. De facto, todas as relações humanas tendem a implicar esta preocupação de participarmos atentamente no que são pensamentos ou razões e no que são sentimentos naturais ou sensações; e nessa participação, tende a tornar-se necessário fazer uma ligação entre subjectivo e objectivo, para não perder-se a afinidade da relação e a riqueza da proximidade, nem perder-se a riqueza da espontaneidade da comunicação simples e natural.
A naturalidade desponta em cada pessoa, de uma condição de raiz, de uma condição básica e involuntária, que é a fonte da nossa riqueza educativa, que é imprescindível para a nossa vida; porventura menos valiosa, mas mais vale um sentimento puro numa cabeça “tonta” que um sentimento construído por interesses pessoais numa cabeça vazia de luz e inclinada só para a astúcia e a maldade. Este impulso involuntário da nossa consciência, que passamos a desenvolver cada vez mais, torna-se na força dos raios de luz que iluminam as nossas intenções, tornando-nos despertos para ver, ouvir, tocar, provar…; actos que se apreendem pelo sentir, em primeiro lugar e só depois, pelo saber e compreender. É um impulso que surge a partir de dentro, tornando-se na matriz da doação plena da nossa vida e da entrega da mesma, desde que começamos a fazer uso do entendimento sem condições na crença na verdade e no bem. E é neste estado de graça que os sentimentos de admiração do que é belo e perfeito, correcto e verdadeiro, os sentimentos da comunhão de ideias e o entendimento dos pensamentos, devem surgir em cada um, com espontaneidade e pureza; sem receios e sem construções prévias, que às vezes radicam em más intenções. O respeito e a delicadeza, a ordem e o amor serão os aspectos suficientes para fazer a ligação entre o que sentimos e desejamos e entre o que pensamos e racionalizamos. Só esta estrutura da sensibilidade moral poderá preparar-nos, para que possamos combater certas angústias e sofrimentos, no caminho por onde vamos caminhando, pois não poderemos evitá-los, porque somos humanos e a dor também é uma das nossas condições. Mas esta estrutura, que é constituída por uma matriz biológica complexa e que é animada pela alma, poderá engendrar ordens e elementos para amenizar a dor e para darmos asas ao nosso amor e nos deixarmos guiar livremente pelas estrelas, que nos guardam e presidem aos nossos dias, na disputa do Tempo para a nossa alegria e vontade de continuarmos a viver e a sonhar eternamente. Nos ensaios da estrutura desta nova dimensão, tudo passa a ser diferente e completamente novo, tudo nos encaminha para sentirmos de modo espontâneo e seguirmos na direcção do foco de luz, para onde sentimos que está a apontar intensamente o nosso ser. Uma outra expressão do nosso pensamento evocará novos sonhos e os desejos do preenchimento da vida serão mais estáveis e conscientes – serão mais preparados que os anteriores. Haverá, certamente, recordações e gestos de repetição do que é bom, que servem para nos tornar ainda mais vivos que nos estados existenciais anteriores; no tempo em que a actividade das estrelas, também estando dentro de nós, não era ainda conjugada pela dimensão voluntária do nosso ser, como sujeito responsável pela acção. É com esta nova estrutura da nossa sensibilidade moral, que se forma um espírito mais motivado e consciente, para pensarmos até ao além, uma vez que será essa a nossa inclinação natural e necessária, para podermos viver melhor a nossa vida e sermos mais felizes. Guiados pelas estrelas e animados pela alma, numa trajectória que cria expectativas na ordem real do tempo e do espaço; estas categorias físicas ganham outro significado, pois despertarão nos nossos sonhos, o gosto pela aventura para novas descobertas, pela nossa sensibilidade e pelo nosso entendimento que os actos seguintes prometem proporcionar. Pode dizer-se que passamos a viver numa outra dimensão do tempo cronológico da vida, uma nova dimensão de esperança e até de fé mais renovada. A face e o reverso tangem-se a girar na locomoção da vontade e do desejo de ser e de chegar a tempo, àquilo que projectamos e concebemos para a nossa realização, a outras fases do percurso que a nossa vida tem, e nós fazemos questão que sejam alcançadas com maior elevação, com maior qualidade e menor sofrimento. Esta nova estrutura reguladora da vida vem permitir que cada um de nós consiga a reunião de todos os estados de alma, faça a síntese necessária da ordem para o momento seguinte, que leva consigo a paz e o gosto de viver com mais aventuras e sonhos mais intensos.
Este estado de consciência é supra-sensível, isto é, sai fora do tempo cronológico real para apear-se pela idealidade no tempo sideral, no tempo em que poderemos pensar por abstracção no infinito, mas não deixando de o situar nos limites da nossa razão. Pois é este estado de consciência conjugado de forma tridimensional (estrelas, alma e corpo), que nos vem permitir alcançar em cada dia, a hora de todas as glorificações, a hora em que vivemos a delirar de emoção e de desejo por paraísos, que aparecerão no tempo a que chamamos futuro ou tempo que virá a ser. Nesta altura da nossa existência, começamos a acreditar que em cada lição da vida uma nova esperança renascerá, assim como uma nova vontade de viver, com outro jeito e com o encanto que nos dizem existir quando somos pequeninos e vivemos com prazer.
A partir desta altura, os limites da tolerância, da sensatez e da disponibilidade para entender o eu e o outro são conjugados nas diversas interacções sociais, de uma forma menos ingénua, mas mais equitativa e mais libertadora. Já não temos, como tínhamos antes deste estado de consciência psicológica e moral, uma imagem do mundo com luz e sem sombra; agora, nesta dimensão da existência, passamos a ter uma imagem que reflecte instantes de luz e de sombra, os quais não têm que ter um referente estático e, por isso, a nossa liberdade de consciência, conjugada com a liberdade do outro, dão um sentido a cada acção humana, que valoriza e liberta ambos os seres de todas as formas de dominação. A nossa vida, vivida agora deste modo, mais aberto e disponível em cada estado de desenvolvimento e de interacção social, terá mais força e maior vontade de nos interpelar para a busca de novas experiências, para podermos ser mais felizes no novo acontecer de cada dia dos nossos tempos.
Este estado de consciência traz consigo um mundo novo, feito com a ambição do passado e o gosto e a alegria do presente. As horas que vamos vivendo têm futuro e trajecto, com o sentido que nos leva ao conhecimento de outras janelas do ser, de onde a luz espiritual vem iluminar as nossas vidas, deixando que só elas projectem as sombras, que, aos poucos, e com a nossa vontade, tornar-se-ão em razões da própria luz. Nesta forma de viver e de sentir nascem os novos sonhos que acreditamos realizar, porque agora nós somos expressão do caminho e da vida, temos a liberdade para viver pelos nossos próprios meios – com condições e com muito juízo, mas também com as nossas possibilidades e as nossas ambições. Com um certo tacto, vamos descobrindo que a Civilização é muito diferente nas suas origens e nos seus valores, vamos reconhecendo que uma espécie de arco vai-se alargando e que todas as pessoas desejam viver dentro dele, sem constrangimentos e com a certeza que todos os homens crescem por igual, para representarem bem aquilo que humanamente são.
Quando as estrelas acordam, a vida já não é uma maçada, um vale de lágrimas onde todos mais ou menos choram por variadíssimas razões. Nesta idade, a vida é de facto um vale; um lindo vale, que encaixa na nossa consciência de acordo com a forma mais ou menos perfeita que lhe vamos dando através da nossa formação e crescimento. Um vale, que é o mais perfeito de todos os seres e de todas as figuras e formas que o Cosmos tem; aliás, um vale, que se enche de dons e capacidades, possibilitando o sentido e significado que cada elemento ganha na dimensão do Universo, principalmente o Homem e o Mundo, como elementos principais desta ordem. Cada ser humano acrescenta, em cada um dos “terrenos” que formam o Vale da Vida, as cores e os modelos que o tornam no mais belo de todos os modelos.
Um vale, com a forma que limitamos na existência da nossa vida, no qual queremos viver por todo o tempo e até ao máximo da perfeição e da felicidade. Não é um vale de desespero, nem onde apenas se sofre; a vida não é vivida como uma maçada, nem como um vale de lágrimas onde todos mais ou menos têm de chorar por uma qualquer razão.
Quando atingimos a fase da Idealidade e as estrelas são os nossos guias, a vida começa a ser um vale, onde se pode simular até ao ensaio mais perfeito, até à realidade que tange o Paraíso, que um dia todos desejaremos alcançar. Já são formas de pensar e ser que constituímos como meios de acesso a este possível, ainda que por pouco tempo, em virtude de ser diferente o tempo real do tempo ideal, já que o primeiro é concreto, por ser fundado nas causas da vida, logo, ser uma realidade, enquanto o segundo é abstracto, logo, é uma possibilidade, porque é fundado na causa de um possível, que é um ideal e que só pode ter como limite a própria Idealidade. Esta categoria, como sabemos, é dinâmica e ilimitada; no entanto, dado que cada vez mais vão desaparecendo os ideais, ela tende a tornar-se na dimensão mais apropriada para criarmos referentes e limites para a nossa existência, pois se nos escapa o concreto (aquilo que é real), temos de começar a dar outro sentido aos novos marcadores da nossa vida, nomeadamente, procurando por abstracção da Idealidade outros centros vitais, para continuarmos a interagir com a Natureza e com a Sociedade, sem nos perdermos na nossa consciência geral nem perdermos os valores como referência elementar da abstracção do que é essencial.
É a vida que nos faz sentir esta necessidade nesta nova fase do nosso crescimento e desenvolvimento; por isso, ela não pode ser considerada como um vale de lágrimas; não é possível que tenha uma forma tão bela e fascinante e depois tenha como identidade o local onde se sofre. Se assim fosse, seria sempre ou quase sempre, o que não é verdade, porque, na duração da nossa existência, em certas ocasiões, vivem-se momentos de rara e inexplicável alegria. Logo, o que deverá dizer-se é que são certas condições sociais e algumas naturais, que nos impedem de vivermos muito mais felizes e ensaiarmos mais vezes a aproximação do Paraíso que acreditamos existir, e queremos alcançar, já na Terra e no lugar onde vivemos.
Sendo assim, do que precisamos é de aprender a descobrir os caminhos que nos levam até aos lugares mais perfeitos, para vivermos e libertarmo-nos das más condições, por actos e pensamentos, através da procura de todas as formas que sejam as formas da vida e não o contrário. As condições são, em grande parte, uma construção humana; uma construção derivada muitas vezes da desorganização social; por isso, devem ser repensadas e criticadas por cada um, de modo a serem experimentadas como auxílios e não como constrangimentos e, tantas vezes, como actos de sofrimento e de aflição.
Macedo Teixeira, Quando as Estrelas Acordam, Sítio do Livro, Lisboa, Julho de 2014, pp. 79 a 86.
When the Stars Awake (20)
We all know that to conquer wishes and wills is one of our greatest concerns and one of the most committed and sincere capabilities; we do neither make joke of feelings nor kid with misfortunes. We depend on the good or bad use of the capabilities of the senses and on our interaction and dedication in the practice of our life, by our need of personal satisfaction or by the need of relation to others. We are rational beings, necessarily conditioned and, therefore, we aspire with concern to partake in the world of others, to constitute groups; we like their esteem and their admiration, their interests and their projects; it is, besides, a way to avoid the suffering and to live better our life. Nevertheless, in this need of social interaction, in certain cases, arise some difficulties in the correct separation of the aspects, which are fundamental in that interaction and in the sane relation we ought to maintain with each other, that is, a social relation implies that we distinguish well the feeling of wish and this of that of the will; this relation ought to be a relation in which we do not lose the logical sense between what is natural (feeling), what is wish (motive or reason) and will (motivation), so that, within the dynamics of the social relation, the being person may reveal himself or herself, in each one and in all the elements of the group we are part of.
When the stars awake, through them a signaling light shows up that irradiates in our judgement and guides our soul in the ascension to good; it shows up as a kind of disciplining cell of the sensitive states and of the strength in formation of judgements, which voluntarily looks after the correct distinction of each one the aspects of our senses and of our reason. In this state of growth of conscience, we no longer let ourselves to be mutually confounded about what we feel within the spontaneity of each one and in what we rationalize as a result. In fact, all human relations tend to imply this preoccupation of us participating attentively in what are thoughts or reasons and in what are natural feelings or sensations; and in that participation, it tends to become -se necessary to make a connection between subjective and objective, so that we do neither lose the affinity of the relationship and the richness of closeness, nor lose the richness of the spontaneity of the simple and natural communication.
The naturality comes out in each person, from a root condition, from a basic and involuntary condition, which is the source of our educative richness, which is indispensable to our life; perhaps less valuable, but a pure feeling in a “fool” head is worth more than a feeling built by personal interests in a head void of light and inclined only to slyness and wickedness. This involuntary impulse of our conscience, which we start developing even more, it becomes the strength of the rays of light that illuminate our intentions, rendering us awake to see, listen, touch, taste...; acts that we apprehend by feeling, in first place, and only after by knowing and understanding. It is an impulse that emerges from within, becoming the matrix of the full donation of our life and of the delivery of it, since we begin to make use of understanding without conditions in the belief in truth and in good. And it is within this state of grace that the feelings of admiration of what is beautiful and perfect, correct and truthful, the feelings of the communion of ideas and the understanding of the thoughts, should show up in each one, with spontaneity and purity; without fears and without previous constructions, which sometimes are rooted in evil intentions. Respect and delicacy, order and love will be the aspects sufficient to make the connection between what we feel and wish and between what we think and rationalize. Only this structure of moral sensitivity may prepare us, so that we may fight certain anguishes and sufferings, on the path through where we are walking, since we cannot avoid them, because we are human and pain is also one of our conditions. But this structure, which is constituted by a complex biological matrix and which is animated by the soul, may engender orders and elements to appease the pain and for us to give wings to our love and let ourselves to be guided by the stars, which guard us and preside over our days, in the dispute of Time for our joy and will to continue living and dreaming eternally. In the trials of the structure of this new dimension, everything starts being different and brand new, everything directs us to feel in a spontaneous way and to follow in the direction of the focus of light, where we feel our being is intensely pointing to. Another expression of our thought will evoke new dreams and the wishes of the fulfillment of life will be more stable and conscient – they will be more prepared than the previous ones. There will be, certainly, remembrances and gestures of repetition of what is good, which serve for us to make ourselves even more alive than in the previous existential states; in the time when the activity of the stars, which are also within us, it was not yet combined by the voluntary dimension of our being, as a subject responsible for the action. It is with this new structure of our moral sensitivity, that a more motivated and conscient spirit is formed, so that we think to the beyond, seeing that it will that our natural and necessary inclination, so that we may live better our life and be happier. Guided by the stars and animated by the soul, in a trajectory that creates expectations in the real order of time and space; these physical categories gain another meaning, for they will awaken in our dreams the taste for adventure to new discoveries, by our sensitivity and by our understanding that the following acts promise to offer. We may say that we pass our life in another dimension of the chronological time of life, a new dimension of hope and even of a more renewed faith. The face and the reverse touch each other by revolving in the locomotion of will and of the desire to be and to arrive on time, to what we project and conceive for our realization, to other phases of the course our life has, and we insist that they are achieved with higher elevation, with greater quality and the least suffering. This new structure regulating of live comes to allow that each one of us gets the reunion of all the states of soul, makes the necessary synthesis of the order to the following moment, which carries with itself the peace and the taste for living with more adventures and more intense dreams.
This state of conscience is supra-sensitive, that is, it goes out of the real chronological time to dismount by ideality in the sidereal time, in the time within which we may think by abstraction about the infinite, but not stopping to situate it within the limits of our reason. For it is this state of conscience combined in a tridimensional way (stars, soul and body), that comes to allow us to achieve on each day, the hour of all glorifications, the hour in which we live being delirious of emotion and desire for paradises, which will appear in the time we call future or the time that will be. By this time of our existence, we begin to believe that in each lesson of life a new hope will be born again, as well as new will to live, with another way and with the enchantment that others tell us to exist when we are little ones and live with pleasure.
From this time on, the limits of tolerance, of sensibleness and of the availability to understand the self and the other are combined in the several social interactions, in a less naïve way, but more equitable and more liberating. We no longer have, like we had before this state of psychological and moral consciousness, a picture of the world with light and without shadow; now, within this dimension of the existence, we start having a picture that reflects instants of light and of shadow, both of which do not need to have a static referent and, therefore, our freedom of consciousness, combined with the freedom of the other, give a meaning to each human action, which values and frees both beings from all forms of domination. Our life, lived now by this way, more open and available in each state of development and of social interaction, will have more strength and a greater will to interpellate us for the search of new experiences, so that we may be happier in the new happening of each day of our times.
This state of conscience brings with itself a new world, made with the ambition of the past and the taste and joy of the present. The hours we are living have a future and a route, with the direction that leads us to the knowledge of other windows of the being, from where the spiritual light comes to illuminate our lives, letting only them to project the shadows, which, gradually, and with our will, will become reasons of the very light. By this way of living and of feeling, the new dreams we believe to fulfill are born, because now we are the expression of the way and of life, we have the freedom to live by our own means – with conditions and with very good sense, but also with our possibilities and our ambitions. With a certain tact, we are discovering that Civilization is very different in its origins and in its values, we are acknowledging that a kind of arch is widening itself and that all people wish to live inside it, without constraint and with the certainty that all men grow equally, to represent well that which they humanly are.
When the stars awake, life is no longer a bore, a valley of tears where everyone more or less cries for several reasons. In this age, life is in fact a valley; a beautiful valley, which fits in our conscience in accordance with the more or less perfect shape we are giving it through our formation and growth. A valley, which is the most perfect of all beings and of all the figures and forms the Cosmos has; besides, a valley, which fills itself of gifts and capabilities, making possible the sense and meaning that each element gains within the dimension of the Universe, especially Man and the World, as main elements of this order. Each human being adds, in each one of the “terrains” that form the Valley of Life, the colors and models that make it the most beautiful of all the models.
A valley, with the form we limit in the existence of our life, in which we want to live for all time and up to maximum of perfection and happiness. It is not a valley of despair, nor where we only suffer; life is not lived as a bore, nor as valley of tears where everyone more or less has to cry for any reason.
When we reach the phase of Ideality and the stars are our guides, life begins to be a valley, where one may simulate up to the perfect rehearsal, up to the reality that touches Paradise, which all of us desire to reach one day. These are already ways of thinking and being that we constitute as means of access to this possible, even if for a little while, by virtue of being different the real time from the ideal time, since that the first is already concrete, because it is founded on the causes of life, hence, it is a reality, whereas the second is abstract, hence, it is a possibility, because it is founded on the cause of a possible, which is an ideal and that may only have as limit Ideality itself. This category, as we know, is dynamic and unlimited; nevertheless, provided that ideals are disappearing even more, it tends to become the most appropriate dimension for us to create referents and limits for our existence, because if the concrete escapes from us (that which is real), we have to begin to give another meaning to the new markers of our life, namely, by seeking for abstraction of Ideality other vital centers, so that we continue to interact with Nature and with Society, without us losing ourselves in our general conscience and without losing the values as an elementary reference of the abstraction of what is essential.
It is life that makes us feel this need in this new phase of our growth and development; therefore, it cannot be considered a valley of tears; it is not possible that it has such a beautiful and fascinating form and then has as its identity the place where one suffers. If it was so, it would always or almost always be that way, which is not true, because, within the duration of our existence, on certain occasions, we live moments of rare and unexplainable joy. Hence, what we should say is that are certain social conditions and some natural, that prevent us from living much happier and from rehearsing more often the approach to Paradise that we believe to exist, and which we want to achieve, already on Earth and in the place we live.
This being the case, what we need is to learn to discover the paths that lead to the most perfect places, so that we live and free ourselves from bad conditions, by acts and thoughts, through the search of all forms that are forms of life but not otherwise. Conditions are, in great part, a human construction; a construction derived many times from social disorganization; therefore, they ought to be rethought and criticized by each one, so that they are experienced as aids but not as constraints and, so many times, as acts of suffering and affliction.
Macedo Teixeira, When the Stars Awake, Sítio do Livro, Lisbon, July 2014, pages 79 to 86.