Quando as Estrelas Acordam (18) / When the Stars Awake (18)
Quando as Estrelas Acordam (18)
É esta coexistência de forças da acção e do movimento que podem explicar a vontade do Amor e de toda a promoção da vida para a sua realização. É esta coexistência e a relação que vamos mantendo através do nosso eu existencial, mas também transcendental, isto é, do nosso eu que acredita não apenas para conhecer e viver, mas, sobretudo, para ser um eu em compromisso e com uma boa vontade para tornar-se naquilo que é: imagem e semelhança Daquele que é, de modo Absoluto.
Quando as estrelas acordam, também se distendem numa direcção mais rectilínea na linha que une a nossa vida a todas as matrizes do Universo, são elas que, através da sua luz, conduzem o fio da sua chama que se estende até aos limites da incomensurabilidade. É este estado de firmeza no nosso comportamento que traduz a direcção na nossa existência e, a partir desta comunhão estelar a nossa vida, passa a ser mais ordenada por dentro e passa a impelir-nos para uma certa ascese, que mais facilmente nos orienta na adaptação às circunstâncias mais críticas e menos previsíveis. Também é este estado de consciência que nos induz para a acção, já não apenas conjugada pelo nosso eu pessoal e concreto, mas conjugada na totalidade do nosso ser que selecciona, na complexidade dos estímulos, aqueles que garantem a coesão das experiências e evidenciam o nosso eu pessoal, sem deixar de coexistir com o nosso ser individual e, de modo mais universal, com o nosso ser social e colectivo.
É a partir destes estados de consciência, desta direcção e destes domínios complexos do nosso ser, que nos tornamos capazes de exceder a normalidade do que é racional e de nos metermos a caminho à procura de outros sentidos e de outras experiências para viver. É verdade que aquilo que nos faz homens está fundamentalmente no que experimentamos, com limites controláveis, limites reais que nos estabilizam na ansiedade e segurança. No entanto, quando as situações são demasiado repetitivas e excessivamente rotineiras, sente-se no nosso viver uma certa ”sede” de algo que falta e que não vislumbramos em nada do que fazemos no nosso dia-a-dia. Forma-se na nossa consciência uma espécie de sentimento de fadiga, em que a vontade se inclina para o juízo espontâneo sobre o que nos desagrada, crescendo em nós um sentimento de impotência sobre o que está errado e que tanto nos perturba na existência, mas que, momentaneamente, parece faltar-nos energia para nos impelir para a frente, rompendo com a inércia que nos parece prender. Pode dizer-se que são desequilíbrios necessários no ciclo motivacional, que acontecem periodicamente e que o nosso organismo tem capacidade para nos reequilibrar de novo, mas pode também acrescentar-se que é a nossa motivação natural, pelo agarrar com vigor a linha que seguimos até ao infinito, que vem causar em nós, nos intervalos maiores, uma grande vontade de limparmos tudo, rasgarmos tudo, esquecermos tudo o que foi feito, para reescrevermos de novo a nossa história, mas, agora, com uma interpretação mais futurista de uma nova ordem, em que o real cede o lugar à ficção. Nós precisamos de apreender e aceitar com consciência esta mudança, ditada pela dimensão orgânica e pela dimensão cognitiva, precisamos de assumi-la como condição necessária para o nosso desenvolvimento e crescimento, mas sem deixar, nunca, que qualquer dos limites desta mudança exceda a sua ordem, pois já que possuímos a capacidade de assumir a nova motivação, também a devemos orientar para o melhor sentido da nossa vida e para o rumo dos novos sonhos. Será conveniente que, em todos os choques da nossa personalidade, tenhamos sempre presente qual o nosso papel social e a nossa responsabilidade moral, pois, neste novo estado existencial, empreendemos uma dinâmica ajustada às situações, porventura, mais arrojadas que anteriormente, porque emergem de experiências mais complexas e mais activas, fazendo, em certas circunstâncias, com que excedamos um pouco a normalidade do racional e nos tornemos mais emocionados e revoltados contra a ordem estabelecida, que, por vezes, não se sente noutro lugar senão na deficiente relação que poderemos manter com ela.
A totalidade do nosso ser estará sempre a ser posta à prova, estará permanentemente a ser confrontada com os novos elementos que são constitutivos desta, mas só no movimento e na transformação estrutural é que se podem revelar potencialmente, daí a necessidade de um acompanhamento reflexivo sobre os novos desafios que se colocam em cada viragem necessária no sentido ético e no valor moral da nossa conduta. Contudo, não tenhamos receio perante estas necessárias enervações, porque só em circunstâncias muito desreguladas cerebralmente é que nos faltará a capacidade natural para superarmos o desequilíbrio motivacional. A totalidade do nosso ser exprime-se em cada mudança com a força de cada novo elemento, potenciado na complexidade de qualquer ordem e de qualquer plano. Exprime-se através das sínteses que efectua para a solução de todas as perturbações endógenas ou exógenas no ciclo das motivações e não pode haver um desenvolvimento nervoso e cognitivo sem acções que despertem a vida para o máximo da sua vitalidade. É através de uma série de sucessões elementares que o nosso ser começa a coexistir de novo com todas as totalidades e, ajudado pelo pensamento, começa a alcançar no abstracto as singularidades das acções, que nos equilibram e nos ajudam a adaptar e a abrir na motivação para o espírito de Deus, que nos enche e nos tranquiliza a alma.
Guiados pelas estrelas, sacudidos pela alma e robustecidos pelo sopro divino, vamos prosseguindo na nossa caminhada ao encontro da nossa vida. É certo que a fazemos algumas vezes à nossa medida: exigimos respostas que nos sosseguem, exigimos estar situados, mais conforme o nosso desejo pessoal do que a nossa ligação social. Somos elementos de pertença, mas ignoramos alguns aspectos da nossa filiação e das nossas origens. Somos seres dinâmicos e activos, mas vamo-nos acomodando às rotinas diárias, comportando-nos, de vez em quando, como se tudo tivesse de nos obedecer e tudo tivesse de vir ter connosco por um simples estalar de dedos. São estados de inércia em que caímos temporariamente por cansaço, saturação, stress ou outra razão qualquer, mas, não será por muito tempo que estaremos nesta penumbra; a vida encarregar-se-á de nos acordar deste “sono” indolente e desviante das razões da nossa caminhada na humanidade. E é assim que, de repente, se rompe psicológica e mentalmente uma das amarras com que ancoramos o barco da nossa vida, as outras começam a dar sinal de perigo, a tensão sobe no sistema nervoso do “marinheiro” e eis-nos, um pouco irados de novo, a segurar o barco com uma outra amarra qualquer e a procurar no mapa das emoções onde localizar aquela que é a razão da nossa ira e da mudança para continuar a procurar o sentido da nossa vida. Com um novo equilíbrio e mais motivados para continuar, começamos a recolher com força todas as amarras do barco, levantamos a âncora e prosseguimos, levados pela emoção até à raiz da força, cuja razão se transformou numa nova passada, num novo caminho e num novo rumo a percorrer.
É neste rasgar dos véus, que nos separam do infinito, que o homem se vai entregando e doando à vida para se tornar naquilo que é, homem, deixando que os acontecimentos tenham de si mesmo a parte que se situa na actividade mais deslumbrante do nosso pensamento e que se chama imaginação. Aos poucos e em surdina, o homem vai-se elevando por uma espiral infinita de verdades, que estruturam o pensamento espiritual, tornando-as muito mais belas que quaisquer outras e ainda mais fascinantes que as formas que nos fazem sentir o sono do elixir e da embriaguez da paixão. Neste enlevo espiritual e nos caminhos do universo físico, o homem começa a acreditar que lhe surge em cada momento da vida tudo quanto lhe é necessário, para ser ele e se tornar no que é, surge-lhe em cada momento, erguido da matriz do seu ser, o elemento vital necessário, o elemento singular e estável, a razão da harmonia e da saúde da alma. Neste estado de quietude e sentimento tranquilo, todo o Universo começa a estar mais próximo e, sem saber o limite de coisa alguma nem ter como ideal nenhuma coisa, o homem vai-se erguendo com mais determinação e gosto pela vida. Vai ficando com mais vontade de permanecer firme e decidido, concentrando-se em cada elemento vital e social, alongando o seu impulso à essência por uma sucessão infinita de pontos que se mantêm equidistantes à tangência do dia seguinte.
Será a acção serena do espírito, que, através do pensamento, vai-se agora conjugando com maior assertividade sobre a matéria, embora seja na sua forma e beleza que encontraremos os impulsos mais fortes para a realização dos sonhos de cada dia. Começaremos nesta nova dimensão a atingir o estado puro da nossa consciência, começaremos a sentir revelar-se o tempo em que os objectos reais já foram superados nos limites do sim e do não, tornando-se agora nos seres que se efectivam pela idealidade, pois o nosso pensamento vai derivando para novas transposições da vida e para as aberturas necessárias à força da sua matriz, que excederá todos os aspectos particulares, por ser emergente e universal e se manifestar pelo poder da transcendência do espírito que agora nos começará a mover.
Será este estado que poderá explicar a razão de tanta tranquilidade e quietude de quem vive em missão e se recolhe em clausura, mesmo que diariamente não possam libertar-se da invasão de todos os elementos que provocam sempre uma grande tensão e fazem as limitações humanas tornar-se mais desesperantes. Será neste estado puro da consciência que poderá explicar-se porque existem tantas pessoas que, arrastadas por todas as ventanias, não perdem a serenidade nem o sentido da trajectória que esta força lhes dá e os ajuda a prosseguir incondicionalmente em direcção ao que é infinito, sagrado e puro.
Quando as estrelas acordam, acordamos também, com um sentimento interior que nos interpela para a atenção sobre todos os elementos naturais e humanos de uma maneira extensa e plena; buscando uma totalidade que é dinâmica e mutável, que a localizamos dentro de nós e a tornamos real no viver da nossa existência. Quando as estrelas acordam, abrem-nos um sentimento que, abrangendo todas as nossas características, vai sendo orientado na sua essência por um processo de abstracção natural das radiações, que vão sinalizando os objectos do pensamento e da vida e, na acção espiritual, vai-nos conduzindo numa ligação ao que há de mais perfeito no exterior com identificação nas formas mentais que nos fazem ascender para o lado mais transcendente do ser e da idealidade do nosso crer. Estabelecer-se-á, deste modo, uma simbiose ordenada, através das faculdades racionais e sensitivas, que proporcionará uma inclinação natural para a dimensão relacional com o estado da consciência tranquila, por sentirmos que na nossa vivência estamos a integrar ondas cerebrais e mentais que nos fortalecem muito mais que quaisquer imagens físicas, por muito extraordinárias que sejam. Será uma regulação do corpo pelo espírito, do pensamento concreto pelo abstracto e simultaneamente do real pelo imaginário. Contudo, mantém-se evidente que continuaremos a revelar uma tendência inata, para vivermos à procura do que é na maior parte das vezes fantasia pura. Faz parte da nossa vida, neste mundo de sonhos oníricos; o homem envelhece a correr atrás das realidades, mas também das fantasias necessárias para a sua existência, uma vez que, ao viver através destas, ele encontra, na maior parte das vezes, o complemento para a insuficiência da plenitude do seu ser. Esta será, porventura, a grande riqueza que Deus dá ao ser humano, para que ele possa, por instantes, suspender o raciocínio sobre as suas limitações e divagar sobre as suas possibilidades ilimitadas. Assim parece, porque também, por estas fantasias, ele parece obter vantagem e força na consciência psicológica, já que, por meio de uma qualquer imagem ideal ou real, o homem torna-se capaz de pular pela imaginação para uma aventura qualquer, que o projectará em novas motivações e novos sonhos.
Entretanto, o Homem sabe que não se basta a si mesmo e que as fantasias só servirão para intercalar as acções humanas, logo, não demorará muito tempo a reconhecer as suas limitações e insuficiências e, por isso, pouco a pouco irá procurando aquele pouquinho que falta da essência da sua vida, que não sabe como encontrá-lo, por não saber bem do que consta nem onde existe, mas que teima em procurar para alcançar maior satisfação para poder viver na realidade e ser feliz. E, admitindo plenamente o estado de consciência, de ser incompleto, busca a plenitude para preencher esta falta, em qualquer lugar, em qualquer lado ou em qualquer ser; o homem vive vivendo e será à medida que o for sendo. É de crer que será este bocadinho de felicidade que faltará a cada homem, que fará dele aquilo que ele é, Homem e Pessoa.
Macedo Teixeira, Quando as Estrelas Acordam, Sítio do Livro, Lisboa, Julho de 2014, pp. 66 a 73.
When the Stars Awake (18)
It is this coexistence of forces of action and of movement that can explain the will of Love and of all promotion of life for its realization. It is this coexistence and the relationship we are keeping through our existential self, but also transcendental, that is, through our self that believes not only to know and live, but, above all, to be a self in commitment and with a goodwill to become what one is: image and similitude of that Who is, in an absolute manner.
When the stars awake, they also spread themselves in a more rectilinear direction on the line that unites our life to all the matrices of the Universe, it is them who, through their light, lead the thread of their flame that extends to the limits of incommensurability. It is this state of firmness in our behavior that translates the direction in our existence and, from this stellar communion, our life starts being more ordered on the inside and starts impelling us to a certain askesis, which more easily guides us in the adaptation to the most critical and less predictable circumstances. It is also this state of conscience that induces us to action, no longer only combined by our personal and concrete self, but combined in the totality of our being who selects, within the complexity of the stimuli, those who guarantee the cohesion of the experiences and point out our personal self, without ceasing to coexist with our individual being and, in a more universal way, with our social and collective being.
It is from these states of conscience, from this direction and from these complex domains of our being, that we become capable of exceeding the normalcy of what is rational and of getting in the way in search of other meanings and of other experiences to live. It is true that what makes us men is fundamentally in what we experience, with controllable limits, real limits that stabilize us on the anxiety and safety. Nevertheless, when the situations are too repetitive and excessively routinary, we feel in our living a certain ”thirst” of something that misses and that we do not catch a glimpse of in anything of what we do in our daily lives. A kind of fatigue feeling forms itself in our conscience, in which the will has a bent for the spontaneous judgement about what displeases us, growing in ourselves a feeling of impotence about what is wrong and that disturbs so much in the existence, but that, momentarily, seems to lack us energy to impel us to the front, breaking the inertia that seems to get us stuck. We may say that they are necessary unbalances within the motivational cycle, which happen periodically and that our organism is able to rebalance us again, but we may also add that it is our natural motivation, by the grip with vigor the line that we follow to the infinite, which comes to cause in us, in the longer intervals, a great will to clean everything, to tear everything, to forget everything that has been done, so that we rewrite again our history, but, now, with a more futuristic interpretation of a new order, in which the real gives way to fiction. We need to apprehend and accept with conscience this change, dictated by the organic dimension and by the cognitive dimension, we need to assume it as a necessary condition to our development and growth, but without letting, never, that any of the limits of this change exceeds its order, since that we possess the capacity to assume the new motivation, we also ought to direct it to the best meaning of our life and to the way of the new dreams. It will be convenient that, in all shocks of our personality, we always bear in mind what is our social role and our moral responsibility, since, in this new existential state, we undertake a dynamics adjusted to the situations, perhaps bolder than previously, because they emerge from more complex and more active experiences, making, in certain circumstances, us exceed a bit the normality of the rational and to become more thrilled and revolted against the established order, which, at times, we do not feel elsewhere but in the deficient relation we might maintain with it.
The totality of our being will always be put to the proof, will be permanently confronted with the new elements that are constitutive of it, but it is only in the movement and in the structural transformation that they may potentially reveal, hence the need for a reflexive supervision about the new challenges that are put at each needed turn in the ethical sense and in the moral value of our conduct. However, let us not be afraid before these necessary enervations, because it is only in very cerebrally deregulated circumstances that we will lack the natural capacity to surpass the motivational unbalance. The totality of our being expresses itself in each change with the strength of each new element, potentiated within the complexity of any order and of any plane. It expresses itself through the synthesis that it carries out for the solution of all endogenous or exogenous disturbances within the cycle of motivations and there cannot be a nervous or a cognitive development without actions that awaken life to the maximum of its vitality. It is through a series of elementary successions that our being begins to coexist again with all totalities and, aided by the thought, begins to reach in abstract the singularities of the actions, which balance us and help us to adapt and to open in the motivation for the spirit of God, which fills us and calms down our soul.
Guided by the stars, shaken by the soul and fortified by the divine blowing, we are pursuing in our long walk to go and meet our life. It is certain that we make it sometimes according to ourselves: we demand answers that soothe us, we demand to be placed, more according to our personal wish than to our social connection. We are elements of belonging, but we ignore some aspects of our filiation and of our origins. We are dynamic and active beings, but we are accommodating ourselves to the daily routines, behaving ourselves, from time to time, as if everything had to come to us by a simple finger snapping. They are states of inertia in which we temporarily fall because of tiredness, saturation, stress or any other reason, but it will not be for very long that we will be in this half-light; life will take charge of awaking us from this indolent “sleep” and deviant from the reasons our long walk in humanity. And it is so that, suddenly, we break psychologically and mentally one of the fasts with which we anchor the boat of our life, the others start to show a sign of danger, the tension goes up in the nervous system of the “sailor” and there we are, a bit enraged again, holding the boat with any other fast and searching on the map of emotions where to locate that which is the reason of our rage and of the change to continue searching for the meaning of our life. With a new balance and more motivated to continue, we begin to collect with strength all the moorings of the boat, we raise the anchor and we proceed, taken by the emotion down to the root of the strength, whose reason became a new stride, in a new way and in a new course to cover.
It is in this tearing of the veils, which separate us from the infinite, that man is giving himself and donating to life to become that which he is, man, letting the events to have from himself the part that is situated within the most dazzling activity of our thought and that we call imagination. Gradually and on the sly, man is elevating himself by an infinite spiral of truths, which structure the spiritual thought, rendering them much more beautiful than any other and even more fascinating than the forms that make us feel the sleep of elixir and of the rapture of passion. Within this spiritual delight and in the paths of the physical universe, man begins to believe that it occurs to him at each moment of life everything that is needed for him, so that he is and becomes who he is, it occurs to him at each moment, risen from the matrix of his being, the necessary vital element, the singular and stable element, the reason of the harmony and health of the soul. Within this state of quietness and tranquil feeling, the entire Universe begins to be closer and, without knowing the limit of anything nor having anything as an ideal, man is rising himself with more determination and taste for life. He gets with more will to remain firm and decided, focusing on each vital and social element, extending his impulse to the essence for an infinite succession of points that maintain themselves equidistant to the tangency of the next day.
It will be the serene action of the spirit, which, through thought, is now conjugating itself with more assertiveness over matter, although it is in its form and beauty that we will find the strongest impulses to the fulfillment of the dreams of each day. We will begin in this new dimension to reach the pure state of our conscience, we will begin to feel revealing the time in which the real objects were already surpassed within the limits of the yes or no, becoming now the beings that accomplish themselves by ideality, since our thought is deriving to new transpositions of life and to the necessary apertures to strength of its strength, which will exceed every particular aspect, for it is emergent and universal and it manifests itself by the power of transcendence of the spirit that now will start to move us.
It will be this state that may explain the reason of such tranquility and quietness of who lives in mission and withdraws in enclosure, even if daily they cannot free themselves from the invasion of all the elements that always provoke a great tension and make human limitations become more despairing. It will be within this pure state of conscience that we may explain why there are so many people who, dragged by all gales, do neither lose the serenity nor the direction of the trajectory that this strength gives them and help them to proceed unconditionally towards what is infinite, sacred and pure.
When the stars awake, we awake too, with an inner feeling that interpellates us to the attention over all the natural and human elements in an extensive and full manner; seeking a totality that is dynamic and mutable, which we locate inside us and render it real in the living of our existence. When the stars awake, they open in ourselves a feeling that, comprising all our characteristics, is being guided in its essence by a process of natural abstraction of the radiations, which will be signaling the objects of thought and of life and, in the spiritual action, is directing us in a connection to what there is of most perfect on the outside with an identification on the mental forms that make us ascend to most transcendent side of the being and of the ideality of our belief. It will be established, thus, an ordered symbiosis, through the rational and sensitive faculties, which will make possible a natural inclination for the relational dimension with the state of tranquil conscience, because we feel that in our life experience we are integrating cerebral and mental waves that strengthen us much more than any physical images, no matter how much extraordinary they are. It will be a regulation of the body by the spirit, of concrete thought by the abstract and simultaneously of the real by the imaginary. However, it remains evident that we will continue to reveal a natural tendency in ourselves to live in search of what is for the most part pure fantasy. It is part of our life, in this world of oneiric dreams; man ages running after realities, but also after the fantasies necessary for his existence, seeing that, by living through these, he finds, most of the time, the complement to the insufficiency of the plenitude of his being. This will be perhaps, the greatest richness that God gives to the human being, so that he may, for instants, suspend the reason over his limitations and wander about the unlimited possibilities. So it seems, because also, through these fantasies, he seems to obtain advantage and strength in the psychological consciousness, since, by means of any ideal or mental image, man becomes capable of jumping through the imagination to any adventure, which will project him to new motivations and new dreams.
Meanwhile, Man knows he is not self-sufficient and that fantasies will only serve to intercalate the human actions, hence, it will not take long to acknowledge his limitations and insufficiencies and, therefore, bit by bit he will search for that little bit that is lacking to the essence of his life, but that he does not know to find it, for he does neither know well what is about nor where it exists, but that he is stubborn to search for to achieve greater satisfaction so that he may live in reality and be happy. And, by fully admitting the state of conscience, of an incomplete being, he seeks the plenitude to fulfill this lack, in any place, anywhere or in any being; man lives by living and he will be as he is being. It is to believe that it is this tiny bit of happiness that each man lacks, which will make of him what he is, Man and Person.
Macedo Teixeira, When the Stars Awake, Sítio do Livro, Lisbon, July 2014, pages 66 to 73.